E LÁ SE VÃO 10 ANOS DESSA VIDA DOCE!

Há 10 anos atrás, neste mesmo horário, estávamos dando entrada no Hospital São Luiz, em São Paulo, já sabendo que o Gui estava com diabetes, depois que o laboratório me ligou para passar o resultado dos exames feitos no dia anterior. “Por favor senhora, ligue para a pediatra dele, e vá urgente para o hospital, porque ele já está entrando em cetoacitose”.

Sim, entrei num estado de choque, sem emoção… só pensava que tinha que chegar, inteira, com meu filho de 5 anos num hospital do lado de casa…. e o trajeto parecia eterno.

Não vou detalhar todo o resto, até porque tem bastante conteúdo do começo do blog, e como sempre, prefiro focar na parte boa das coisas: estamos todos bem depois desse tempo todo! 

O blog acabou ficando meio de lado, quando a rotina estabilizou, e eu nunca foquei muito em informações técnicas, até porque têm várias outras pessoas que fazem isso melhor do que eu. E o Google ajuda muito mesmo… o meu objetivo aqui sempre foi passar o lado materno e emocional dessa mudança toda na vida. E é incrível como ainda recebo mensagens agradecendo a força que alguns textos, em momentos mais críticos, deram para alguém.

Se eu puder resumir o que aprendemos nesses 10 anos, bem rápido:

– Sim, receber o diagnóstico de diabetes em uma criança, derruba, machuca, dói… mas a gente arruma forças sei lá de onde e aprende a viver com isso da maneira mais leve possível;

– Crianças se adaptam a novas rotinas, muito mais fácil do que nós adultos, então aproveitem para mudar hábitos alimentares da família toda e manter a saúde em dia;

– Fazendo contagem de carboidrato corretamente, tomando insulina e fazendo as medições de glicemia várias vezes ao dia, ele não passa vontade de comer NADA: chocolate, sorvete, pizza, massas…

– Parem de falar “tadinho”, que dó …. é horrível e não ajuda!

– Quanto mais cedo eles tiverem autonomia para fazer as coisas, melhor. Hoje ele troca insulina (usa bomba), cateter, conta carboidrato do que come, tudo sozinho… estamos por perto, ele sabe disso, mas já decide sozinho o que fazer para corrigir hiper e hipos…

– Diabetes é só uma parte da vida, e não define quem ele é. Aliás, um adolescente normal, que ama video game mais do que matemática e reclama para tirar foto com a mãe, acorda de mau-humor e às vezes não quer fazer nada com a gente.

O que conta mesmo é que o Gui continua crescendo maravilhoso, companheiro, carinhoso, palhaço, parceiro, divertido.

Hoje ele mandou uma mensagem para mim e para o pai, que reflete muito a leveza com a qual lida com isso tudo (essa conversa que coloquei como imagem de destaque). Sim filho, parabéns pelo dia de hoje, e por toda a força que teve e continua tendo para lidar com a parte chata de controle do diabetes. E, principalmente, parabéns por nos ensinar todo dia que tudo tem jeito nessa vida, é só a gente encarar do jeito certo.

Te amo.

Força, sempre.

PS. Ele cresceu muito no último ano, abaixo algumas das fotos que ele ainda topa tirar comigo…rs

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